Joshua Smith, um miniaturista e artista do sul da Austrália, tem como atividade construir mundos minúsculos e intrincados. Seu trabalho, que exige uma surpreendente habilidade de observação e representação, se concentra nos "aspectos negligenciados do ambiente urbano - como a sujeira, a ferrugem e o grafite", todos recriados em uma escala de 1:20. Smith, que cria kits de miniatura há cerca de uma década, só recentemente optou por afastar-se de uma carreira artística de 16 anos de estêncil. Com seus talentos criativos agora focados apenas na criação de modelos, e todas as habilidades que acompanham este ofício, o ArchDaily pergunta: como você faz isso?
AD: Conte sobre seu processo de trabalho.
JS: Primeiramente, encontro o edifício que quero replicar, pessoalmente ou usando o Google Street View. A partir daí eu começo a reverter a construção do edifício e dividi-lo em componentes (ou seja, as portas, janelas, rua, caixas elétricas e assim por diante). Em seguida, começo a pensar em que materiais vou usar para criar cada elemento a partir do zero. Papelão ondulado, por exemplo, para portas de rolos; MDF para a base do edifício. Assim que tenho a base construída, passo uma camada de tinta e começo a fazer uma pátina para simular a ação do tempo usando pincéis e giz pastel. É durante esta fase que o edifício começa a parecer real e daí começo a acrescentar a fiação elétrica para iluminação interior e exterior e, em alguns casos, iluminação ativada por sensor.
Em que escala você trabalha?
Eu quase só trabalho na 1:20 pois acho mais fácil fazer os cálculos para criar a versão em escala reduzida dos edifícios. Costumo partir de um elemento pequeno, como uma porta ou um tijolo, e usando o Adobe Photoshop trabalho a escala para o resto do edifício. Em termos dos principais materiais que utilizo: MDF para a base, papel cartão de 1mm de espessura para caixilhos de janelas, papel cartão preto para áreas mais detalhadas e plástico de 0,25 mm de espessura para as janelas. Eu uso tinta spray, tinta acrílica e giz pastel para a pintura e recriar a ação das intempéries.
Quanto tempo cada trabalho leva para ser produzido? Quão importante é para você criar uma réplica perfeita da realidade?
Depende da construção. Os mais pequenos e menos complexos podem levar de um dia a alguns dias para serem concluídos. O trabalho mais longo, que foi uma miniatura Kowloon, ocupou três meses de trabalho. Eu me esforço para recriar a realidade. Uso tantas fotos de referência quanto possível para imitar cada ponto de ferrugem, sujeira e marcas nos tijolos. Eu quero que os observadores sejam enganados se eu tirar uma foto do trabalho concluído à luz do sol, quero que pensem que se trata do edifício real.
Você já pensou em se tornar um arquiteto?
Era algo que eu considerava quando estava pensando em ir para a Universidade, mas naquela época eu tinha a ideia errada de que, como arquiteto, teria que projetar edifícios que apenas não caíssem (eu não sabia que esse era mais o papel dos engenheiros!). Então eu escolhi estudar Design Gráfico. Minhas miniaturas são geralmente obras a serem exibidas, mas agora estou começando a criar modelos arquitetônicos para empresas.